No bairro da Liberdade a ligação expressa Leste-Oeste (1968-1971) dragou o próprio chão. Foi cavada uma trincheira entre o vale da avenida Vinte e Três de Maio e o vale do Tamanduateí (parque Dom Pedro II). Essa trincheira acabou com parte do tecido urbano e tudo que havia ali – casas, ruas passeios. Acabou com a Praça Almeida Junior (hoje resta uma nesga de praça ao sul da via expressa) e com o teatro que ficava sobre ela.
Na foto aérea de 1958, a praça Almeida Júnior ocupa o centro da imagem, no meio da praça aparece o Teatro São Paulo, com frente para a rua da Glória. Em lilás, aproximadamente, o rasgo entre a praça Pérola Byington e o parque Dom Pedro II.
Surgiram então as quatro pontes que unem as duas metades seccionadas da Liberdade, e que hoje estão associadas à própria identidade do bairro. Cruzar a pé as pontes da Liberdade sobre o “rio” de carros é uma boa experiência, de onde a vista se estende para a zona leste da cidade.
Em decorrência da situação geográfica, na Liberdade a via expressa corre, em parte, numa cota inferior ao bairro, prejudicando menos a qualidade urbana. No entanto, na sua parte mais baixa, entre a rua Conselheiro Furtado e a rua do Glicério, o bairro é completamente partido em dois e sofre a deterioração da via expressa.
As duas imagens acima mostram o mesmo trecho sem saída da rua Mituto Mizumoto (primeira paralela a leste das pontes), em dois momentos: 2011 e 2016. Entre um e outro, foi construído um muro fechando completamente a rua. Será para evitar atropelamentos?
Leave a Reply
No Comments
Be the first to start a conversation